quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

O comando está com as mulheres

Ao centro, a Diretora: Profª Juscinéia Teixeira Queiroz, ladeada pelas Coordenadoras Pedagógicas: Profª Adjair Pereira de Miranda e Profª Maura Rodrigues da Silva e Silva.
Antes de tudo, a Equipe Gestora teve o cuidado de preparar o espírito de todo o corpo escolar - docente, técnico e discente - com mensagens e palestras de esclarecimento, a fim de que o processo fosse iniciado com todos tendo o mesmo objetivo de alcançar os resultados pretendidos, no sentido de se elevar a qualidade da educação em Poxoréu, MT.

Como se vê, a EEPSG Pe. César Albisetti está sob o comando de mulheres de fibra. O ano promete ter um dos melhores desempenhos de todos os tempos. Todos são unânimes em reconhecer que o processo pedagógico na escola foi iniciado com o pé direito.
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Aprender, Fazer, Conviver e Ser - eis os pilares do novo ano

Professores Novos: Marinalva (Biologia), Gaudência (História), Léslie (Inglês), Elizabeth (Artes), Edson Barbosa (Sociologia), Cheila (Espanhol), Ana Paula (Geografia) e Geniel (Física).

A EEPSG Pe. César já está no pique total. Depois de três dias com programação diversificada, hoje os professores deram início ao trabalho específico de cada disciplina. O clima está muito bom e promete um excelente ano letivo em 2010.
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Palestra do Dr. João Batista Cavalcante, da OAB/MT

Atendendo ao convite da Equipe Gestora da EEPSG Pe. César Albisetti, o Dr. João Batista Cavalcante, Advogado, Presidente do Tribunal de Defesa das Prerrogativas dos Advogados de Mato Grosso, ex-Presidente da Subsessão da OAB de Poxoréu, MT, esteve presente nos períodos matutino e noturno da unidade escolar, onde proferiu palestra sobre "A responsabilidade do estudante junto à escola: direitos e deveres".


A RESPONSABILIDADE DO ESTUDANTE JUNTO À ESCOLA, DIREITOS E DEVERES
“Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração”.
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A Declaração dos Direitos da Criança, adotada pela Organização das Nações Unidas – ONU, em 20 de novembro de 1959 e ratificada pelo Brasil, traz em seu interior mandamentos e normas de comportamento social importantíssimos, decisivos na defesa dos direitos inerentes às crianças e aos jovens.
Princípio 1. – A criança gozará de todos os direitos enunciados nesta declaração. Sem qualquer exceção, serão credoras desses direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.
Princípio 2. – A criança gozará de proteção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidades e facilidades, por lei ou por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia e normal, em condições de liberdade e dignidade.


DIREITOS DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A Lei Federal n. 8.069/90, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente determina por sua vez que:
Artigo 1. –Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
Artigo 2. – Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até 12 (doze) anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos de idade.
Artigo 3. - A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.


Fazer-se sempre acompanhar dos pais ou responsáveis em espetáculos e diversões
Portar sempre autorização dos pais ou responsáveis em viagens
Cumprir os horários de recolhimento noturno previstos nas legislações e determinações específicas
Obedecer sempre aos pais e professores e respeitar os mais idosos.

SANÇÕES E PUNIÇÕES – PRÁTICAS DE ATOS INFRACIONAIS
Internamento em estabelecimentos de recuperação por até três anos.


PARA ONDE CAMINHA A JUVENTUDE?

“Há um mundo a ser descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não consegue descobri-lo quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo”.
Augusto Cury

“Nossa geração quis dar o melhor para as crianças e os jovens. Sonhamos grandes sonhos para eles. Procuramos dar os melhores brinquedos, roupas, passeios, e escolas. Não queríamos que eles andassem na chuva, se machucassem nas ruas, se ferissem com os brinquedos caseiros e vivessem as dificuldades pelas quais passamos.
Colocamos uma televisão na sala e alguns pais, com mais recursos, colocaram uma televisão e um computador no quarto de cada filho. Outros, encheram seus filhos de atividades, matriculando-os em cursos de inglês, computação, música, etc.

Tiveram uma excelente intenção, só não sabiam que as crianças precisavam ter infância, que necessitavam inventar, correr riscos, frustrar-se, ter tempo para brincar e se encantar com a vida.

Não imaginavam o quanto a criatividade, a felicidade, a ousadia e a segurança do adulto dependiam da memória e da energia emocional da criança. Não compreenderam que a TV, os brinquedos manufaturados, a Internet e o excesso de atividades obstruíam a infância dos seus filhos.

Criamos um mundo artificial para as crianças e pagamos um preço caríssimo. Produzimos sérias conseqüências no território da emoção, no anfiteatro dos pensamentos e no solo da memória delas.
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Esperávamos que no século XXI os jovens fossem solidários, empreendedores e amassem a arte de pensar. Mas muitos vivem alienados, perdidos, não pensam no futuro, não têm garra e nem projetos de vida. Imaginávamos que, porque vivemos num mundo cheio de inovações tecnológicas, a solidão seria resolvida. Mas as pessoas não aprenderam a falar de si mesmas, têm medo de se expor, vivem represadas em seu próprio mundo.

Pais e filhos vivem ilhados, raramente choram juntos e comentam sobre seus sonhos, mágoas, alegrias, frustrações.

Na escola, a situação é pior.

Professores e alunos vivem juntos durante anos dentro da sala de aula, mas são estranhos uns para os outros. Eles se escondem atrás dos livros, das apostilas, dos computadores. A culpa é dos ilustres professores? Não! A culpa é do sistema educacional doentio que se arrasta por séculos.
As crianças e os jovens aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não sabem lidar com fracassos e falhas. Aprendem a resolver problemas matemáticos, mas não sabem resolver seus conflitos existenciais.

São treinados para fazer cálculos e acertá-los, mas a vida é cheia de contradições, as questões emocionais não podem ser calculadas, nem têm conta exata.

Os jovens são preparados para lidar com decepções? Não! Eles são treinados apenas para o sucesso. Viver sem problemas é impossível. O sofrimento nos constrói ou nos destrói.
Devemos usar o sofrimento para construir a sabedoria.

Mas quem se importa com a sabedoria na era da informática? Nossa geração produziu informações que nenhuma outra jamais produziu, mas não sabemos o que fazer com elas. Raramente usamos essas informações para expandir nossa qualidade de vida. Você faz coisas fora de sua agenda que lhe dão prazer? Você procura administrar seus pensamentos para ter uma mente mais tranqüila? Nós nos tornamos máquinas de trabalhar e estamos transformando nossos jovens em máquinas de aprender.




ESTAMOS INFORMANDO, E NÃO FORMANDO OS JOVENS

Não estamos educando a emoção nem estimulando o desenvolvimento das funções importantes da inteligência, tais como, contemplar o belo, pensar antes de agir, expor e não impor as idéias, gerenciar os pensamentos, ter espírito empreendedor. Estamos informando os jovens, e não formando sua personalidade.

Os jovens conhecem cada vez mais o mundo em que estão, mas quase nada sobre o mundo que são.

No máximo conhecem a sala de visitas da sua própria personalidade. Quer pior solidão do que esta? O ser humano é um estranho para si mesmo. A educação tornou-se seca, fria e sem tempero emocional. Os jovens raramente sabem pedir perdão, reconhecer seus limites, se colocar no lugar dos outros. Qual é o resultado? Nunca o conhecimento médico e psiquiátrico foi tão grande, e nunca as pessoas tiveram tantos transtornos emocionais e tantas doenças psicossomáticas.

A depressão raramente atingia as crianças. Hoje há muitas crianças deprimidas e sem encanto pela vida. Pré-adolescentes e adolescentes estão desenvolvendo obsessão, síndrome do pânico, fobias, timidez, agressividade, e outros transtornos ansiosos.

Milhões de jovens estão se drogando. Não compreendem que as drogas podem queimar etapas da vida, levá-los a envelhecer rapidamente na emoção. Os prazeres momentâneos das drogas destroem a galinha dos ovos de ouro da emoção. Inúmeros são os jovens que procuram tratamento pelo uso de drogas e nenhum deles é feliz.

E o stress? É comum detectarmos não apenas adultos estressados, mas também jovens e crianças. Eles têm freqüentemente dores de cabeça, gastrite, dores musculares, suor excessivo, fadiga constante de fundo emocional. E então? Vamos assistir passivamente nossos filhos serem vítimas do sistema social que criamos?

Devemos procurar soluções que ataquem diretamente o problema. Precisamos conhecer algo sobre o funcionamento da mente e mudar alguns pilares da educação. As teorias não funcionam mais. Bons professores estão estressados e gerando alunos despreparados para a vida. Bons pais estão confusos e gerando filhos com conflitos. É urgente a necessidade de uma maior aproximação entre pais e filhos. Entre professores e alunos. A autoridade dos pais e o respeito por parte de seus filhos não são incompatíveis com a mais singela amizade.

Por um lado, os pais não devem ser permissivos, nem um joguete nas mãos dos seus filhos. Mas por outro, devem procurar serem grandes amigos deles.

Estamos na era da admiração. Ou os filhos admiram os pais ou eles não terão qualquer influência sobre aqueles. A verdadeira autoridade e o sólido respeito nascem através do diálogo. O diálogo é uma pérola oculta no coração. Ela é tão cara e tão acessível! Cara, porque ouro e prata não podem comprá-la; acessível porque o mias miserável dos homens pode encontrá-la. Vamos procurá-la?




PROFESSORES

Os números gritam. Eles indicam que os professores estão duas vezes mais estressados do que a população de São Paulo, que é uma das maiores e mais estressantes cidades do mundo. A situação em qualquer nação desenvolvida é a mesma. Os sintomas que mais se destacam são os ligados à síndrome do pensamento acelerado – SPA.

Que tipo de batalha estamos travando para que nossos nobres soldados que se encontram no front - os professores - estejam adoecendo coletivamente? Que tipo de educação é esta que estamos construindo? E que vem eliminando a boa qualidade de vida dos nossos queridos mestres? Damos valor ao mercado de petróleo, de carros, de computadores, mas não percebemos que o mercado da inteligência está falindo.

Não apenas os salários e a dignidade dos professores precisam ser resgatados, mas também a sua saúde. Professores e alunos estão coletivamente acometidos da síndrome do pensamento acelerado – SPA.

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PRÁTICAS SAUDÁVEIS DE ENSINO JÁ DESENVOLVIDAS PELA ESCOLA, E POSSÍVEIS DE SEREM REALIZADAS:

- Aula de campo às margens do Rio Areia;
- Passeios em Barra do Garças ( Balneário de Águas Quentes );
- Outros passeios ( Águas Claras, em Primavera do Leste ); Cachoeira do Lucas; Cachoeiras do Berto Pinga; Águas Quentes do Buritizal e Águas Quentes do Córrego Rico (Damasceno);
- Prática e exercitação do teatro;
- Festivais da canção, cavalgadas, jogos, competições esportivas, etc, etc, etc, ....



Para finalizar, queremos deixar aqui um pedido: professores, por favor, tenham paciência com seus alunos!

Eles não têm culpa dessa agressividade, dessa alienação e agitação em sala de aula. Eles são vítimas. Detrás dos piores alunos há um mundo a ser descoberto e explorado. Ainda há esperança. Ainda podemos construir a escola dos nossos sonhos...

E não se esqueçam da frase lida por nós no início:

“Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração”.

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Muito obrigado pela atenção e um feliz 2.010 para todos!
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Pe. César inicia ano letivo de 2010

A Escola Pe. César Albisetti iniciou hoje -08/02/2010 - o seu ano levito de 2010, com uma solenidade cívico-religiosa.
Após a abertura feita pela nova Direitora, Profª Juscinéia Teixeira Queiroz, dando as boas vindas a todos, foi executado o Hino Nacional Brasileiro. Em seguida, teve início a parte religiosa do evento, com a palavra do novo pároco da Igreja Católica, Pe. Guilherme, o qual destacou a importância do Estado de Mato Grosso na economia brasileira. Segundo ele, nosso Estado possui um PIB - Produto Interno Bruto maior do que o de todos os Estados do Brasil, ficando logo abaixo do PIB chinês. Falou sobre o patrono da Escola, "Pe. César Albisetti", destacando sua iportância tanto no cenário nacional como internacional, autor da fantástica obra literária, a Enciclopédia Boróro. Pediu a bênção para todos da Escola.
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Pe. César Albisetti: primeiro dia letivo de 2010

Na sequência da cerimônia religiosa, usou a palavra o Pr. Gino, da Igreja Evangélica Casa da Bênção, ex-aluno da escola. Iniciando sua preleção, o pastor leu um texto bíblico do livro de Daniel, destacando um momento da história do cativeiro israelita na Assíria, quando alguns jovens hebreus foram escolhidos para viver no Palácio do Rei, onde receberiam um aprofundamento no conhecimento das ciências. Segundo o texto, os jovens escolhidos eram os que mais se destacavam em termos de conhecimento. Para o pastor, Deus resplandece o seu sol sobre todos, mas a sombra é apenas para aqueles que aproveitam as oportunidades. Conclamou os jovens a se dedicarem aos estudos com amor, apego e disposição, aproveitando esse tempo de preparação científica proporcionado pelo Estado. Orou em favor de todos, pedindo a bênção divina.

Convidado para se dirigir aos alunos, o jovem Marcelo, ex-aluno, hoje graduado em Biblioteconomia pela UFMT, falou a respeito dos seus tempos de estudos nessa escola e da importância de haver se dedicado aos estudos, o que lhe garantiu o ingresso na faculdade pública. Estimulou os alunos da escola e perfilharem pelo caminho do empenho e do interesse.

Após, seguiu-se a apresentação do corpo administrativo, gestor e docente. Cada um dos servidores da escola teve uma palavra de incentivo e de carinho na recepção dos alunos matriculados para o ano letivo de 2010. A CoordenaçãoPedagógica ficará sob a responsabilidade das Professoras Maura Rodrigues da Silva e Silva e Adjair Pereira de Miranda. Do corpo docente, estiveram presentes os professores Izaias Resplandes, Maria Iva, Luiz Sérgio, Cheyla, Ana Paula, Antenor Alves Ferreira, Geniel e Edson Barbosa. O professor Edson já lecionou na Escola Pe. César, nos idos de 1982 e agora retorna, vindo da cidade de Apucarana, PR. Outra novata na escola é a profª Léslie Cristina, que ministrará a disciplina de Ingês. O prof. Giampiero, docente de Química, ainda está em Amisterdã, na Europa, tentando retornar ao Brasil após as merecidas férias. Além desses, outros professores como o Prof. Gaudêncio Amorim, Secretário Municipal de Planejamento, também atuará na Escola Pe. César este ano.

A profª Maria Iva desenvolveu uma atividade de alongamento, sendo acompanhada por todos os presentes.

Após o intervalo, os professores fizeram um contato mais estreito em sala de aula com os seus alunos, desenvolvendo uma atividade dinâmica livre. O professor Izaias Resplandes de Sousa, por exemplo trouxe uma mensagem intitulada "O futuro da Juventude" (abaixo transcrita), complementada por um depoimento pessoal sobre o surgimento e o aproveitamento de oportunidades por ele desde o ano de 1981, quando iniciou seus estudos na Escola, até o atual 2010, quando exerce suas funções docentes nessa unidade, com uma carga horária de sessenta horas semanais, dizendo que isso somente foi possível, em face do aproveitamento das oportunidades que teve e de sua qualificação técnica para o trabalho.

O mesmo trabalho foi realizado à tarde e à noite, encerrando as atividades de recepção dos alunos no ano letivo de 2010.

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Começou o ano letivo de 2010

Fotos de alunos trabalhando durante a Feira de Ciências de 2009.
Neste ano, nós vamos fazer melhor. Esse é o desafio!
Estamos de volta para mais um ano letivo. Estamos felizes pelos alunos que nós temos. São alunos maravilhosos, que pensam, que agem e que estão construindo um mundo melhor para todos nós.
Prof. Izaias Resplandes
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Bem-vindos!!!

Desejo a todos que sejam bem-vindos e vamos que vamos! Há muito trabalho pela frente e nós temos que fazer a diferença. Cada ano que se inicia é um desafio para todos nós, para alunos e para os profissionais da educação, pois juntos temos que oferecer à sociedade um produto novo e de utilidade.

É isso que esperamos em 2010.
Mãos à obra, pessoal.
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O futuro da juventude



Prof. Izaias Resplandes

Há um versículo na Bíblia, no livro do Eclesiastes, o qual diz assim: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas” (Cf. Ec. 11:9).


É comum de se ouvir que os jovens são o futuro da Nação; outros contestam isso, dizendo que eles são o presente e não o futuro. Na verdade, as duas afirmações podem ser verdade, porque o futuro não nega o presente, apenas se apresenta como mais uma de suas possibilidades. Mas o que queremos analisar é a possibilidade dos jovens de hoje virem a ocupar os espaços do amanhã. Não resta dúvidas de que isso é possível, desde que façam as lições de casa de hoje.


Segundo Paulo Freire, a única forma de se garantir que algo que não pode ser feito hoje, seja realizado amanhã é fazendo hoje aquilo que hoje pode ser feito. Se o jovem fizer hoje as escolhas certas, que o capacitem para desenvolver excelentes atividades produtivas amanhã, então atingirá os seus sonhos. Mas, contrário senso, se não fizer boas escolhas hoje, amanhã ele acabará por ficar fora do processo, sendo substituído por outro que seja mais competente do que ele.

A nossa sociedade é chamada de sociedade do conhecimento, porque ela muda quotidianamente em função dos novos conhecimentos que são adquiridos. A posição que um jovem de hoje irá ocupar na sociedade de hoje e de amanhã é diretamente proporcional ao conhecimento que ele possui. Conhecimento é poder. Quanto mais conhecimento se tem, mais poder se adquire. E poder é a competência que uma pessoa possui para realizar determinadas atividades.


O versículo da Bíblia que foi lido no início fala sobre a liberdade de jovem para fazer qualquer coisa que ele deseja. E o nosso país, o Brasil, consagra o direito à liberdade em sua Constituição Federal, observando os limites da lei. Nós somos livres para fazer aquilo que não atenta contra os direitos de outras pessoas. A mesma Constituição que nos garante direitos, garante também direitos para os demais. De forma que esse é o limite. Meu direito termina onde começa o seu.


Agora dentro dos limites estabelecidos para a liberdade, sim, o jovem pode fazer o que desejar. Todavia, como o seu futuro depende do que ele vier a fazer, é importante que saiba fazer as melhores escolhas. E é nesse ponto que quero falar com mais liberdade.


O jovem da sociedade do conhecimento, coletivamente falando, está preocupado com muitas coisas. Ele quer namorar, que agora é sinônimo de ficar, de sexo livre, de beijos ardentes e de bolinações libidinosas. Ele quer farrear, beber, fumar, usar drogas e outros estimulantes. Estar presente nas boates, nos points de aglomeração como o Gandaia, a Boa, o Pau do Meio e outros lugares semelhantes. Ele gosta de freqüentar as Lan Houses para jogar... O jovem de hoje, com raras exceções, está bem pouco interessado em adquirir o conhecimento das ciências. Ele vem a Escola. Gosta do espaço escolar, gosta dos professores e dos colegas. O que eles não gostam mesmo é de estudar. O ato de adquirir conhecimento é chato, maçante e enche...

Então aqui é que está o problema. Como conciliar a necessidade de adquirir o conhecimento que eu preciso para ter um espaço no futuro, com a minha vontade de divertir e fazer as coisas boas que posso fazer hoje? Não há outra resposta.

Os jovens que ontem ocuparam a sua vida apenas se divertindo, hoje eles estão no subemprego. Não é de se dizer que eles não sejam necessários hoje. É claro que são úteis. A sociedade tem necessidade de muitas atividades. A maioria delas exige uma preparação adequada. Essas são as que obtêm as melhores remunerações. Mas têm outras que não exigem preparo, mas se paga bem pouco pelo exercício delas.

Que tipo de futuro você pretende ter amanhã. A vida de adolescente, que vai dos doze aos dezoito anos é muito curta. Aos dezoito, a lei transforma o jovem em uma pessoa absolutamente capaz. Nessa ocasião, ele passa a responder por todos os seus atos civis e criminais. É o fim do tempo da proteção paterna, embora não seja proibido que os pais continuem ajudando os seus filhos pela vida afora. Mas isso não é bom, porque vem o dia em que os pais morrem e então os filhos que foram sempre carregados não sabem o que fazer e se perdem, não conseguindo mais se encontrar.

O jovem deve se preparar para o dia em que vai adquirir a maturidade, a maioridade e a responsabilidade. É nesse compasso que devemos analisar a necessidade de nos sacrificarmos um pouco em prol da aquisição do conhecimento, para que nossa maturidade possa ser vivida com tranqüilidade, com uma boa renda mensal, com um serviço mais leve e com mais disponibilidade de tempo para nos dedicarmos ao lazer e às atividades prazerosas da vida.

Os tempos do aprendizado duro não são tão longos se comparados com o curso da vida. Vale a pena limitar o tempo do prazer nos primeiros vinte anos de nossa vida, para termos a oportunidade de desfrutá-lo no curso dos outros sessenta anos que temos possibilidades de viver. Se não virmos isso agora... Se não fizermos as escolhas certas nesse momento... Se insistirmos em nosso direito de não fazer nada, de passar de ano sem aprender os ensinamentos que nos são transmitidos, nós haveremos de ser diplomados com toda a certeza, mas no nosso futuro não passaremos de subempregados diplomados e pós-graduados.

Conseguir o diploma é muito fácil. Basta comparecer à escola. Com isso podemos enganar muita gente. Mas o futuro é nosso e não das pessoas que hoje enganamos. E não podemos enganar a nós mesmos, fazendo de conta que estamos nos preparando para o amanhã, a não ser que o futuro desejado por nós seja um mundo de fantasia, ao invés da dura realidade que espera por todos.

Conseguir o conhecimento exige dedicação, empenho, sacrifício, vontade de vencer. Nós vamos trabalhar com os dois grupos de jovens: o dos que querem fazer de conta e o dos que querem fazer a diferença. A minha esperança e a oração a Deus é que a maioria de meus alunos estejam no grupo de elite, dentre aqueles que vão ocupar os principais espaços de amanhã e que serão responsáveis pela continuação da vida humana nesse planeta.

O mundo não pertence àqueles que apenas vivem nele, mas sim àqueles que lutam com galhardia para transformá-lo em um lugar melhor para todos nós vivermos. Como professor, quero ter o prazer de contribuir na formação dessa geração, no sentido de prepará-la para ser o alicerce das gerações futura. Que aqueles que lá viverem possam ter motivos para agradecer à juventude de hoje por ter feito o seu dever de casa, tornando possível a consolidação das transformações que asseguraram a qualidade de vida na Terra.


Enfim, o jovem somente será futuro se hoje for efetivamente o presente.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Vale a pena ser professor

COMUNIDADE PE. CÉSAR ALBISETTI - POXORÉU - DEZ/2009

Há muito desinteresse nas salas de aulas, mas entre os desinteressados, sempre há um que nos faz orgulhar de ser professor somente para poder trabalhar com ele.

Diz a Bíblia que Deus decidira destruir as cidades de Sodoma e Gomorra, por causa de seu pecado que, crescendo tanto, atingira os céus. Veio então o anjo de Deus, responsável pela missão e anunciou a Abraão o que iria acontecer. Então Abraão pediu que a cidade não fosse destruída em atenção aos 50 justos que houvesse lá e Deus disse que o atenderia se lá houvesse 50 justos; então ele diminuiu para 30, depois para 20, depois para 10, depois para 5 e então desistiu do pedido, achando que não adiantaria suplicar e que tudo estava perdido. Se ele tivesse pedido por um, com certeza Deus o teria ouvido por causa de Ló, o qual foi retirado de lá com vida.
Diz Jesus que devemos deixar as 99 ovelhas salvas no redil e buscar aquela que estiver perdida. Uma ovelha faz toda a diferença para ele. Da mesma forma, um aluno interessado deve fazer também toda a diferença para o professor.

Sigamos em frente, na certeza de que antes de descansarmos de nosso trabalho, com certeza teremos muitos motivos para dizer que valeu a pena ser professor, mesmo que seja apenas por causa de um só que saiu vitorioso do nosso trabalho.
É preciso acreditar para depois proclamar com o apóstolo: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé".

Feliz 2009!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Matemática da vida

A Matemática da Vida

Fim de mês é data boa
Que faz a nossa alegria.
Ao receber o salário
Do patrão da Companhia.

Mas também é de tristeza
Quando a gente volta a casa
Pois o bolso do empregado
No mercado tudo vaza.

Mal dá para a comida
Do puro arroz com feijão.
E sem um centavo no bolso
O mês vira solidão.

Não tem jeito de sair
À noite, em diversão.
Ninguém quer saber de gente
Com bolsos sem um tostão.

Nessa situação danada
Vi sem jeito de ficar
Eu tinha que mudar de vida
Antes dela se acabar.

Então pensei na escola
Que eu tinha deixado pra lá...
Será que depois de anos
Adiantaria eu voltar?

Pensei, pensei e fiz as contas:
Se eu fizesse o supletivo,
Talvez eu viesse aprender
A ser um cara mais vivo.

Se eu aprendesse matemática,
Somaria melhor minha conta,
Diminuiria um pouco meu gasto...
Talvez molhasse a garganta!

Foi essa avaliação o que me fez decidir
Voltar à escola, ao ponto em que desisti,
Dividir meu tempo ao trabalho
Na busca do que perdi.

E assim voltei estudar
Na primeira fase do EJA.
Sempre bastante cansado
Do pós dia de peleja.

Mas peguei firme com Deus
Que eu haveria de dar conta.
Estudei cada operação
Fiquei tal barata tonta.

O mundo girava em números...
Unidades, dezenas... Unidades de milhar;
Milhões de bilhões e trilhões;
Ninguém conseguia contar.

Então veio o dia de prova.
Oh, que terrível tensão!
Foi zero pra cá, zero pra lá,
Uma total reprovação.

Então o professor explicou
Que na Matemática é assim.
O que no começo se erra,
Se aprende tim-tim por tim-tim.

Então ele fez outra prova
Sob nova orientação
Passo a passo nos mostrando
Como refazer a lição.

Nas contas com os inteiros
E também os decimais:
Vírgula debaixo da vírgula
É assim nas “contas de mais”.

Quando eram as de vezes,
Contas de multiplicar.
As casas depois da vírgula,
Nessas, tinha de contar.

Nas de dividir, então...
É mais fácil de explicar.
Bastavam as decimais
Antes de tudo, igualar.

A prova foi um sucesso
Depois dessa explicação.
Não teve quem tirou zero
Foi total a aprovação

Então o mestre explicou
Que foi nossa decisão
Diante dos resultados
Que dos nos deu motivação.

Disse que nessa terra
Todo mundo nasce igual
E o que faz a diferença
É não querer ser tal qual.

Todos podem aprender
A somar... Multiplicar.
Só uma coisa é preciso:
Coragem pra começar.

E isso aqui tem de sobra...
Tutano melhor tá pra vir.
Então não pode haver Matemática
Que nos faça desistir!

Um mais um soma dois
Duas vezes dois somam quatro
Aprendendo mais Matemática
Terá mais feijão no prato.

Como filho dessa terra
Lutarei até o fim.
E as glórias que vêm dos céus
Serão também para mim.

Izaias Resplandes


domingo, 18 de outubro de 2009

Primeira Caminhada da Natureza


Acima e abaixo: Grupos de alunos participantes da Caminhada



Alunos e professores da Escola Pe. César Albisetti, participaram da 1ª Caminhada da Natureza que abriram os festejos do aniversário de Poxoréu.

Professores Jeniffer Batemarque e Izaias Resplandes


Os professores Sandra Maria Moraes e Luís Sérgio, ladeados por Paulo Silva e Selvino.

Leia a matéria completa em: http://www.respland.blogspot.com/


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Escola Técnica de Poxoréu


Parabéns aos que lutaram para que isso acontecesse. Parabéns à Drª Edvige Dassi pelas sementes que lançou sobre esse solo. Se a senhora não tivesse a ousadia de iniciar o empreendimento, esse sonho dos jovens de Poxoréu não estaria realizado.

O líder tem que lançar idéias, começar a pô-las em prática demonstrando a sua viabilidade, mas a sociedade precisa dar continuidade, para que o empreendimento seja social e não apenas um ato individual do líder. A idéia da Escola Técnica, incialmente agrícola, sempre foi excelente e viável, mas quem tem de arcar com o ônus de sua execução é a sociedade. E mais, de forma agradecida porque alguém ousou sonhar e acreditou no sonho, tornando-o um início de realidade.

Repito: Parabéns à Drª Edvige Dassi pela sonho, pela coragem e pela vida que tem dedicado a essa terra poxoreana. E parabéns, igualmente à sociedade mato-grossense por encampar esse projeto, tornando-o uma obra social na verdadeira acepção do termo.

Maquiavel disse que o povo serve para bater palmas. Mas certamente, as palmas devem ser batidas para quem merece, para quem faz e não simplesmente para quem é bom de gogó, mas que apenas grita e nada faz. Junto-me aos poxorenses, na condição de amigo, para aplaudir a inciativa da Drª Dassi e a recepção dos Orionitas e das autoridades desta cidade e deste Estado pela encampação do projeto que faz surgir para a juventude da GRANDE POXORÉU, a Escola Técnica de Poxoréu.

domingo, 27 de setembro de 2009

Feira das Ciências 2009

A Escola Pe. César Albisetti, Poxoréu, MT, Brasil, realizou no dia 25 de setembro de 2009 mais uma Feira das Ciências, sob a Coordenação Geral da Diretora Profª. Maura Rodrigues da Silva e Silva e das Coordenadoras Pedagógicas: Profª. Juscinéia e Profª. Sandra Maria Moraes Rangel Soares.
Neste ano de 2009, participaram as turmas dos períodos matutino e vespertino. Os alunos escolheram um tema geral para a turma e depois tiveram liberdade para desenvolver os subtemas co-relacionados.
Acompanhe nos próximos dias, diversas reportagens sobre a Feira.
Quanto às fotos, elas podem ser vistas em:

sábado, 26 de setembro de 2009

Bolo de Palmatória

Foto disponível em: <http://www.bomdespacho.mg.gov.br/fotolog/displayimage.php?album=13&pos=71>. Acesso em 26 set. 2009.


* Izaias Resplandes

Era sábado, dia de argumento da tabuada e de soletração, nos idos de 1966, lá na corruptela de Pouso Alto, município de Torixoréu, Mato Grosso, Brasil.
Minutos após meu irmão Lucimar dizer ao professor que estava com dor de barriga e ele o mandar ir para casa tomar um remédio e se cuidar, comecei a me entortar de um lado para outro enquanto esfregava a barriga.
O professor perguntou-me o que estava acontecendo. Disse-lhe que também estava com dor de barriga. Ele balançou a cabeça, perguntou se havíamos comido alguma coisa diferente e depois, também me mandou para casa.
Ali chegando, disse ao meu irmão que o Professor Chico Primo me mandara ir até a casa de tio Lélis, um parente que tinha uma fazenda na vizinhança, buscar uma jarra de jabuticabas, porque jabuticaba era um grande remédio para dor de barriga.
E assim, já que o professor autorizara, o Lucimar então mandou que eu fosse cumprir a missão.
Nesse ínterim, enquanto estava lá para o tio Lélis, o professor Chico Primo foi até a nossa casa para ver como estávamos de saúde, tomando conhecimento de toda a travessura. Voltou à escola, determinando expressamente ao Lucimar que eu voltasse para o argumento, tão logo retornasse das jabuticabeiras.
Ao chegar e receber a notificação magisterial, eu retornei para a escola na carreira. E, nessa pressa, nem fui ao mato fazer um xixi. E aí, meu caro, nem posso contar o que se passou depois.
Mal entrei na sala e peguei a tabuada para voltar ao coral (a tabuada era estudada de forma cantada, todos ao mesmo tempo), senti vontade de ir ao mato. Mas, quando fui pegar a licença, uma semente graúda, de umas trinta gramas mais ou menos e que ficava sob a mesa do professor, ele a pegou antes de mim e, sem ela eu não estava autorizado a sair.
Então, sem argumentos, voltei ao banco da tabuada. Mas, tão logo me sentei, o professor nos chamou para o argumento, a sabatina matemática.
Levantamos. Fizemos a roda tradicional e ele começou: "três vezes oito" (apontava para um aluno, o qual tinha que responder); "noves fora" (apontava para outro); e, dessa forma prosseguia com a avaliação.
Quando um aluno não respondia no tempo dado por ele, ou respondia errado, ele apontava a palmatória para o próximo, e para o próximo, até que um respondesse corretamente. Então esse adquiria o direito de correr a roda, dando bolos de palmatória nos colegas.
A palmatória era um instrumento de madeira, como se fosse uma colher de pau. Possuía um cabo roliço de uns trinta centímetros e uma parte oval em uma das extremidades (no lugar da concha da colher). O aluno pegava a palmatória pelo cabo e batia na palma da mão de seu colega com a parte oval daquele instrumento. A palmatória foi o terror da escola até os anos setenta, quando houve a reforma do ensino através de Lei 5.692. Na maioria da vezes, o professor fazia um furinho no centro da parte oval, que chupava o sangue da mão, aumentando a dor do bolo. Muitos alunos voltavam para casa com as mãos inchadas de tanto bolo que levava.
E o professor prosseguia no argumento: “sete vezes seis”, “noves fora”, “vezes cinco”, “noves fora”... Como ele gostava dos noves fora! E eu, segurando a vontade de fazer xixi, já nem escutava mais as perguntas. E numa dessas, me vi frente a frente com o cabo da palmatória apontando para mim. Que desespero! Eu nem sabia qual era a pergunta, logo eu que nunca tomara um bolo de colega, agora não ia escapar. Então respondi um valor qualquer e não tive a sorte de acertar. Nunca fui bom de sorte. O mesmo não aconteceu com o Geraldo de seu Odilon, que, atento, respondeu na bucha. “Trinta e seis!”
O professor lhe entregou a palmatória e o Geraldo, com os olhos cheios de alegria, começou o samba: “Pá!”, “Pá!”, “Pá!”. Esse era o som que se ouvia. Então chegou a minha vez. O Geraldo, um moreno grande e forte, de uns treze anos, pegou a minha mãozinha de oito anos e sapecou-me um bolo com gosto, vingando-se dos tantos que eu já lhe dera, porque, justiça seja feita... Ele podia ser grande e forte, mas que era ruim de tabuada, isso ele era.
E então aconteceu! Ao receber o bolo, perdi o controle da bexiga e “xiiii...”, não consegui segurar. Fiz xixi na calça, começando a chorar, não pela dor do bolo que levara, mas pela vergonha de ter mijado na roupa.
Nunca mais quis saber de chupar jabuticaba ou de ter dor de barriga em dia de argumento. E, se não esqueci, esse também foi o primeiro e o último bolo que levei na vida. Estudei até decorar a tabuada. Desde então, sempre tive a resposta na ponta da língua.
Não sei se essa história teve alguma coisa a ver, mas acabei me apaixonando pela matéria e, hoje, como professor de Matemática, apesar de ser contra a violência e a truculência, de vez em quando tenho saudade da palmatória. Ela foi um grande instrumento de estímulo em meus estudos. Pode não ser pedagógico, não defendo que seja, mas eu estudei muito para aprender a soletrar as palavras e responder os argumentos de matemática, tendo a resposta na ponta da língua, com medo da palmatória.
Não tive os recursos das calculadoras, dos computadores, das bibliotecas, das técnicas pedagógicas. Meu professor primário, não tinha mais que a quarta série. Mas tive um pai que me mandou para a escola e que me punha para estudar todos os dias até eu aprender as lições do dia seguinte. Eu sempre chegava à escola sabendo o que havia estudado no dia anterior. E por ir aprendendo as coisas, fui tomando gosto pelos estudos. Hoje, com cinqüenta e um anos, levo no meu velho bornal escolar os diplomas de licenciado em Pedagogia e em Matemática, bem como o de bacharel em Direito, já aprovado na primeira fase da OAB/MT. Seguem juntos os diplomas de pós-graduação como Gerente de Cidades e de Especialista em Matemática e Estatística. E se Deus me der tempo, tenho planos de continuar estudando. Ah, sim! Não sei se precisaria dizer isso, mas a velha palmatória de Chico Primo também me deu o primeiro lugar no concurso que fiz para ocupar duas cadeiras no magistério estadual, sendo uma nos anos oitenta e outra há dois anos e pouco.
Infelizmente, meus alunos hoje não são estimulados para estudar. A maioria vai à escola para merendar e não para estudar. O professor canta, faz palhaçadas, conta piadas, grita, chora, fica calado... Aplica todas as técnicas possíveis. Quando muito, consegue alguns minutos de atenção e então tudo volta ao ritmo enfadonho e cansativo de sempre. E então ele leva o bolo da palmatória. Seus alunos não aprendem porque ele não sabe ensinar, porque ele não domina a Matemática, porque ele não tem criatividade e bla-bla-bla. Para resolver essa deficiência, o governo então lhe oferece cursos de atualização onde ele reestuda pela enésima vez e da mesma forma que ele ensina aos seus alunos, os velhos conteúdos de Matemática, que os alunos não aprendem porque não são estimulados para aprender. Aqui em Mato Grosso se destacam nesse contexto, o Projeto Aprendiz, o Gestar e a Sala do Professor, consumindo suas “horas livres”, seus sábados e até alguns domingos, quando precisa reler diversos quilos de livros, que quase nada apresentam de novidades. Em algumas vezes, os programas são até contraditórios. E assim, o ensino regular, continua cada vez mais irregular, onde os alunos são incentivados pela lei para ir à escola, mas não para estudar. Aprendendo ou não, eles vão sendo promovidos. Aprendendo ou não, eles vão tentando a sorte no ENEM e entrando nas faculdades públicas ou nas particulares à custa do PROUNI, das cotas e outros privilégios. Aprendendo ou não eles vão chutando as respostas nos concursos públicos e ocupando os postos de trabalho ofertados. E o professor, que no passado comeu o pão que o diabo amassou para estudar e aprender, hoje é o culpado porque seus alunos, desestimulados para os estudos, não aprendem nada.
Se no regular, a coisa anda mal, nos programas de Educação de Jovens e Adultos, as coisas vão de mal a pior. Os alunos, igualmente, não são estimulados para estudar. Pelo contrário. São estimulados a tentar a sorte nos provões da Secretaria de Educação para obterem os Certificados de Conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. E, enquanto não eliminam as diversas matérias, eles estão indo à escola, onde ficam até a hora da merenda. Aí se alimentam e vão para casa. No ensino noturno, poucos ficam até o final das aulas. O professor não pode passar “tarefas para casa”, não pode cobrar “coisas difíceis”. Ele deve fazer provas fáceis, realizadas sob consulta e em grupos de dois, três, para que um possa ajudar aos outros. Ele deve oferecer aulas de reforço, apesar dos alunos faltarem às aulas oferecidas. A grande preocupação é que o aluno deve passar. Esse passar é substituído pelo aprender. É comum o aluno sair da sala quando inicia a aula de Matemática, por exemplo, alegando que já eliminou essa matéria no provão, embora não saiba nada do que respondeu na prova, como se verifica no nível seguinte de seus estudos.
Meu Deus do céu! Onde vamos parar com isso? É evidente que a cada dia a humanidade acumula mais e mais conhecimentos, mas, contrário senso, de um modo geral, nunca se soube tão pouco a respeito desse conhecimento acumulado, como ocorre em nossos dias. E com certeza, a causa principal não é a falta de conhecimento do professor, seja de técnicas pedagógicas, seja de conhecimento em si.
O aluno precisa ser estimulado para estudar. Em tempos de desemprego, deve-se exigir que os candidatos às vagas existentes demonstrem o conhecimento real do que seus títulos atestam. Não em provas de sorte, onde o aluno chuta uma ou outra das alternativas oferecidas, mas em questões que requeiram a demonstração do conhecimento. Que se cobrem explicações para as soluções dadas; que os candidatos escrevam as respostas aos questionamentos feitos ou respondam aos mesmos, oralmente, perante bancas examinadoras imparciais.
Além disso, que todos os profissionais liberais sejam submetidos a provas teóricas e práticas para que possam exercer as profissões que seus diplomas atestam, a exemplo do que já acontece com os bacharéis em direito que querem advogar e que devem fazer as provas da OAB.
E mais... Que essa avaliação seja feita de tempos em tempos, para que os profissionais e ocupantes de empregos, principalmente os públicos, se mantenham atualizados com os novos conhecimentos e sejam impedidos de exercerem a profissão ou seus empregos, caso não sejam aprovados nos reexames.
A sociedade não pode continuar pagando essa conta. E muito menos os professores. Nós podemos ter nossa culpa, porque muitos de nós, depois de concursados, também não se atualizam, tornando-se defasados e ultrapassados. Mas, certamente, a maior responsabilidade não é nossa, pois não se pode ensinar àqueles que não querem aprender. Por outro lado, para que não se cometam injustiças, devemos registrar que existe uma minoria que tem aprendido e com a qual nós temos contribuído e pelos quais estamos insistindo em nosso ofício de professor. Todavia, a nossa preocupação é com a maioria desestimulada, porque aqueles, de uma forma ou de outra, com nossa ajuda ou não, haverão de aprender, simplesmente porque são estimulados a isso por si mesmos.
Aos demais, que em sua realidade sejam estimulados para aprender e, figuradamente, que se retornem para eles os tempos da palmatória, onde se aprendia por “bem” ou por “lem”. Essa é uma realidade que não pode continuar sendo abafada.
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Izaias Resplandes de Sousa é bacharel em Direito, pedagogo, professor especialista em Matemática, atuando nas escolas estaduais em Poxoréu, MT.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Antigos Planos de Curso de Matemática

Título: Antigos Planos de Curso de Matemática
Autor: Prof Izaias Resplandes
Formato: doc
Tamanho: 216 KB
Ano: 2001
Sinopse: Antigos Planos de Curso é um banco de dados para ser utilizado nos replanejamentos anuais.


Obs.: Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (SOUSA, Izaias Resplandes. (Título da obra) Poxoréu (MT). Disponível em: <>. Acesso em: (data do acesso).). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Para baixá-la, acesse: http://recantodasletras.uol.com.br/e-livros/1724738

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um anono Recanto


14 de julho de 2009. Hoje está fazendo um ano que cheguei ao Recanto das Letras. Publiquei nesse espaço 211 textos e 5 e-livros, os quais obtiveram quase 40 mil acessos. Esse é um número que me deixa imensamente agradecido e me faz ver o grande potencial que a internet nos proporciona.Deixo aqui registrado os meus agradecimentos a todos aqueles que leram algum de meus livros, artigos, ou mesmo uma simples frase ou pensamento. Esclareço que nunca escrevi para mim mesmo. Sempre escrevi para os demais e não para encher meu computador. Dessa forma, divulgando meus escritos, espero ter contribuído durante esse ano para esclarecer, formar ou aperfeiçoar as idéias que expusemos. Também espero ter alimentado os debates e incentivado outras pessoas a seguirem pelo caminho das letras.Deixo aqui o meu muito obrigado a todos os que acessaram o meu Recanto, ao tempo em que renovo o convite para que continuem acessando, lendo, utilizando e comentando a nossa produção literária. Um grande abraço.

Acesse o Recanto do Izaias Resplandes em:http://recantodasletras.uol.com.br/autores/resplandes

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Função do 1º e do 2º graus

Discente: _____________________________________________ Série:
Prova de Matemática. Prof. Izaias Resplandes de Sousa. EE PE. CÉSAR ALBISETTI, ___/_____/______


01) Leia as afirmações abaixo: 1) Toda função é antes de tudo uma relação. 2) Numa função f: R em R em que y = x + 1, o seu gráfico é uma parábola. 3) f(x) = x² é uma função polinomial do 2º grau. 4) Uma função f(x) do 1º grau será crescente se o coeficiente linear for positivo. Agora julgue-as e marque a alternativa correta: A) Apenas uma das afirmativas está correta; B) Duas afirmativas estão corretas; C) Há três afirmativas corretas; 4) Todas as alternativas estão corretas.

02) Considere as afirmações: 1) Se numa função eu escolher um x1 <> f(x2) então essa função é decrescente. 4) Se numa função eu escolher um x2 > x1 e isso me levar em em f(x1) < f(x2), então essa função é crescente. Agora julgue-as e marque a alternativa correta: A) Apenas uma das afirmativas está correta; B) Duas afirmativas estão corretas; C) Há três afirmativas corretas; 4) Todas as alternativas estão corretas.

03) Sobre a função f(x) = 2x + 1, analise as afirmações: 1) f(x) é uma função crescente. 2) O coeficiente angular de f(x) é 2. 3) O coeficiente linear de f(x) é 1. 4) f(x) é uma função polinomial do 1º grau do tipo afim. Agora julgue-as e marque a alternativa correta: A) Apenas uma das afirmativas está correta; B) Duas afirmativas estão corretas; C) Há três afirmativas corretas; 4) Todas as alternativas estão corretas.

04) Sobre a função f(x) = 2x² + 3x – 5, leia as afirmações: 1) f(x) é uma função quadrática. 2) f(x) é uma função crescente. 3) O gráfico de f(x) é uma parábola. 4) O gráfico de f(x) intercepta o eixo x em dois pontos. Agora julgue-as e marque a alternativa correta: A) Apenas uma das afirmativas está correta; B) Duas afirmativas estão corretas; C) Há três afirmativas corretas; 4) Todas as alternativas estão corretas.

05) Sobre a função f(x) = 2x² + 3x – 5, leia as afirmações: 1) Um dos zeros de f(x) é – 1. 2) O gráfico de f(x) é uma reta que intercepta o eixo y na ordenada – 5. 3) O coeficiente angular dessa função é o valor 2. 4) O gráfico dessa função não intercepta o eixo x. Agora julgue-as e marque a alternativa correta: A) Apenas uma das afirmativas está correta; B) Duas afirmativas estão corretas; C) Há três afirmativas corretas; 4) Todas as alternativas estão corretas.

06) Calcule os zeros da função f(x) = 2x² + 3x – 5.

07) Calcule o vértice de f(x) = 2x² + 3x – 5.

08) Em uma função f: Rà R em que y = x + 1, diga qual é o seu domínio, o seu contradomínio e diga 5 elementos de sua imagem.

09) Em uma função f: Rà R em que f(x) = 2x² + 3x – 5, diga qual é o seu domínio, o seu contradomínio e diga 5 elementos de sua imagem.

10) Conceitue função

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quadra Poliesportiva


PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR - GESTAR II
ESCOLA PROFª. JURACY MACÊDO – POXORÉU - MT
PARTICIPANTE: IZAIAS RESPLANDES DE SOUSA

PLANO DE AULA
Série: 8ª. Turmas: A e B. Turno Matutino.
Tempo previsto: 02 semanas, incluindo 4 aulas diretas.

RELATÓRIO

Objetivo Geral: Conhecer e operacionalizar as unidades de medida de comprimento a partir dos elementos matemáticos de uma quadra poliesportiva.

O Plano foi desenvolvido no período de 8 a 22 de maio de 2009.

1.2 Objetivos Específicos e Atividades

Objetivo1. Introduzir e realizar conversões com as medidas de comprimento.
Atividade a: Usando o quadro de giz, expor as medidas de comprimento através de seus símbolos. Discutir sua aplicabilidade. Realizar algumas medições usando a régua milimetrada, a fita métrica e a trena. Falar sobre outros instrumentos de medidas de comprimento como o metro e o odômetro (Os odômetros mecânicos são usados para medir a quilometragem há séculos. Mas apesar de estarem em extinção, são incrivelmente interessantes por sua simplicidade! Um odômetro mecânico não é nada mais do que um conjunto de engrenagens com uma incrível relação de velocidades).
Ensinei os alunos a usarem a régua, esquadros e a trena para realizarem medições. Levei algum material pessoal que foi emprestado aos alunos. A escola possui algumas réguas, mas nesse dia estavam sendo usadas por outra classe.

Atividade b: Realizar conversões a partir da tabela de conversões de medidas.
Essa atividade foi realizada em sala de aula a partir de exemplos fictícios. A finalidade foi explicar o uso da tabela para fazer as conversões.

Objetivo 2. Efetuar, registrar e operacionalizar medidas de comprimento. Calcular as áreas do retângulo, do círculo e do semi-círculo.
Atividade: Efetuar as medidas da quadra de esportes da escola, registrá-las, lê-las e realizar operações de adição, subtração, multiplicação e divisão com essas medidas, calculando o perímetro e a área da quadra.

Propomos aos alunos desenhar a planta de uma quadra poliesportiva. Todavia, decidimos respeitar os interesses da maioria sobre qual seria o tipo de quadra. Assim realizamos um trabalho estatístico de coleta direta de dados. Usei a técnica do inquérito. Constatamos então quais os esportes preferidos dos alunos.
Depois, como a escola possui uma quadra de esportes, convidei os alunos para irem até lá conhecer suas medidas, a fim de treinar o uso da trena e do registro das informações.
Os alunos foram fazendo medidas e anotando para depois reproduzirem no papel com a escala adequada. Estabelecemos que o desenho deveria ser feito em uma folha de papel tamanho A-4.

Objetivo 3. Compreender e utilizar escalas.
Atividade: desenhar a planta baixa de uma quadra poliesportiva para vôlei, basquete, handebol e futsal.

Aproveitei as informações no Livro do Gestar para repassar aos alunos as medidas oficiais das diversas quadras.
O desenho foi rascunhado em sala de aula, sob minha supervisão, orientando os alunos com relação ao uso dos instrumentos de medida

1.3 AVALIAÇÃO. A apresentação foi realizada no dia 22 de maio de 2009. Nem todos os alunos observaram a escala correta. Então fiz uma explanação sobre esse aspecto.
Acredito que o trabalho foi válido. É claro que ainda vamos trabalhar muitas outras vezes com medidas e com escalas. Esse primeiro contato, com certeza será aprimorado. Todos participaram. Ainda persiste o problema da falta de material, mas vamos quebrando o galho com os materiais que possuímos.
No final da aula, enquanto alguns alunos ainda terminavam seus desenhos, aproveitei os alunos que estavam ociosos e os coloquei para efetuar a medida de suas respectivas estaturas. Eles fizeram isso com grande prazer. Na próxima semana, pretendo levar uma balança doméstica que tenho em casa para efetuarmos também a pesagem e calcularmos o IMC – Índice de Massa Corpórea, reforçando os cálculos com a calculadora e com o algoritmo da divisão e da multiplicação. Também pretendo construir uma tabela usando as variáveis: altura, massa e IMC. Pretendemos ainda retomar o cálculo da média aritmética simples e ponderada, usando os dados da tabela.

As fotos do projeto podem ser visualizadas em: