sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A contextualização matemática

Foto: Malba Tahan
A contextualização - Prof. Izaias Resplandes

A aprendizagem da linguagem matemática e o domínio das ferramentas básicas (dos algoritmos) é muito importante para o progresso matemático do aluno. Mas não é suficiente. Para que o aluno reconheça a importância do que está estudando é preciso que esse conhecimento lhe seja apresentado de forma contextualizada. É preciso que ele veja e sinta a necessidade de aprender aquilo que lhe está sendo ensinado pelo professor.

A contextualização pode se dar por meio de leituras, de filmes e das próprias histórias de vida dos alunos. Se o filme traz o conhecimento específico que se está estudando, ótimo. Mas, mesmo que não traga especificamente o referido conteúdo, se já for possível fazer uma ponte entre o enredo e o que se está estudando, já está de bom tamanho.

A série “Numbers” é composta de episódios onde o prof. Charles Eppes, um gênio matemático tenta ajudar o FBI a desenvolver as suas investigações criminais. Os temas explorados pelo Prof. Eppes não são tão elementares, mas demonstra diversas formas de como a Matemática pode ser utilizada no dia-a-dia de algumas pessoas.

O livro “O homem que calculava”, do Prof. Júlio César de Mello e Sousa, o Malba Tahan traz interessantes histórias que podem ser utilizadas para ilustrar a necessidade de se saber matemática.

Júlio César de Mello e Souza. (Rio de Janeiro, 6 de maio de 1895Recife, 18 de junho de 1974), mais conhecido pelo heterônimo de Malba Tahan, foi um escritor e matemático brasileiro. Através de seus romances foi um dos maiores divulgadores da matemática no Brasil. Ele é famoso no Brasil e no exterior por seus livros de recreação matemática e fábulas e lendas passadas no Oriente, muitas delas publicadas sob o heterônimo/pseudônimo de Malba Tahan. Seu livro mais conhecido, O Homem que Calculava, é uma coleção de problemas e curiosidades matemáticas apresentada sob a forma de narrativa das aventuras de um calculista persa à maneira dos contos de Mil e Uma Noites. Monteiro Lobato classificou-a como: "… obra que ficará a salvo das vassouradas do Tempo como a melhor expressão do binômio ‘ciência-imaginação.’"

Júlio César, como professor de matemática, destacou-se por ser um acerbo crítico
das estruturas ultrapassadas de ensino. "O professor de Matemática em geral é um
sádico. — Denunciava ele. — Ele sente prazer em complicar tudo." Com concepções muito à frente de seu tempo, somente nos dias de hoje Júlio César
começa a ter o reconhecimento de sua importância como educador. Em 2004 foi
fundado em Queluz -- terra
onde o escritor passou sua infância—o Instituto
Malba Tahan
, com o objetivo de fomentar, resgatar e preservar a memória e o
legado de Júlio César.

Além desses materiais, outros com certeza poderão ser localizados e utilizados. O certo é que devemos procurar contextualizar o nosso trabalho para que ele seja o mais significativo possível para os nossos alunos, para que estes sintam a necessidade de aprender aquilo que estamos querendo ensinar.

Não é fácil contextualizar, mas se conseguirmos fazer isso, provavelmente iremos fracassar.

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